
Transcentrar é um coletivo artístico que busca amplificar as vozes e as narrativas de pessoas trans por meio de produções visuais, impressas, bordados e práticas fotográficas.
Fundado por Ayá Cavalcanti, multiartista, fotógrafe, não binárie transmasculino e mãe, o projeto surgiu da vontade de visibilizar a diversidade e a potência dos corpos dissidentes, utilizando a fotografia como ferramenta política e de empoderamento. O coletivo é fortalecido com Teka Sampaio, pessoa não binárie, negre, periféric, multiartista, arte educadore e produtore cultural.
Fundado por Ayá Cavalcanti, multiartista, fotógrafe, não binárie transmasculino e mãe, o projeto surgiu da vontade de visibilizar a diversidade e a potência dos corpos dissidentes, utilizando a fotografia como ferramenta política e de empoderamento. O coletivo é fortalecido com Teka Sampaio, pessoa não binárie, negre, periféric, multiartista, arte educadore e produtore cultural.
Teka, utiliza o "TRANSbordado" e a fotografia como meios de conectar memória, afeto e ancestralidade, enquanto Ayá, fotógrafo documental, constrói narrativas sobre gênero, memórias afetivas e direitos humanos. Juntes, transitam entre as artes visuais, a fotografia e a produção cultural, com um olhar voltado para as margens e a resistência, explorando suas conexões com a arte e utilizando de suas vivências como pessoas trans e periféricas para criar obras que revelam potência, sensibilidade e transformação.
obras disponíveis - ayá cavalcanti

print - "travesty também ama"
"travesty também ama" retrata o momento íntimo de dandá costa y júlia de carvalho.
print - "minha herança - vô tião"
Esta imagem retrata o meu avô, Sebastião, mais conhecido como Tião. Nascido em 27 de dezembro de 1941. Quando ele faleceu, eu era muito pequeno, me lembro vagamente da noticia e confesso que ela tão distante que não senti o luto. A minha lembrança dele em vida, se resume a flashes distantes de visitas aos finais de semana na casinha dele, que tinham tantos outros parentes, e se localizava em frente ao rio no Taboão - Diadema.


adesivos - "minha herança - minha criança trans"
Minha Criança Trans é uma série de 12 retratos de infância bordados com palavras como trans, ele e uma cicatriz. Ao intervir nessas imagens, resgato e afirmo minha identidade transmasculina desde a infância, costurando memória, afeto e reconhecimento.
TRANS
ELE
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cartões postais - alguma saudade.
Alguma Saudade nasceu comigo, nas minhas viagens pelas estradas do Brasil e nas pausas que fiz para sentir. São 15 fotografias que registrei com o coração atento e o olhar mergulhado nas sutilezas do caminho. Entre horizontes, vazios e presenças silenciosas, encontrei fragmentos de memória, de ausência, de afeto.
Sempre acreditei que a saudade não é só do que vivemos, mas também do que não foi, do que poderia ter sido, do que sonhamos. Saudade da infância, dos avós, da chuva, do mar, de um amor, de um amigue, de uma casa que não existe mais — ou que talvez nunca tenha existido. Alguma saudade nos habita. Me habita.
Transformei essas imagens em postais, porque gosto da ideia de que a saudade possa ser enviada, recebida, guardada. Cada fotografia impressa nesse formato carrega em si uma memória possível, um afeto palpável. Gosto de pensar que, ao tocar cada cartão, quem vê também sente — e talvez se lembre de algo que nem sabia que havia esquecido.
Esse trabalho é um convite. Um convite a pausar, a sentir, a lembrar. A se deixar atravessar por alguma saudade — a sua.


prints em fine art - recomeçar
Recomeçar é um olhar sobre um momento de transição em maio de 2020, antes da pandemia, em São Miguel dos Milagres, uma pequena comunidade onde os moradores acabavam de conquistar as terras que finalmente dariam origem aos seus novos lares.
Esta série capta o simbolismo dessa conquista: o recomeço de uma vida que se refaz na terra, no pertencimento e na esperança. Através das fotografias, busquei retratar a simplicidade e a força dessa comunidade que, com cada passo, reconstrói seu futuro e seu espaço.
"Recomeçar" é um testemunho da resistência e da renovação, uma celebração da força humana de transformar sonhos em realidade.
zine - a lagoa s azul
Em outubro de 2021, decidi embarcar numa viagem por Alagoas, em homenagem aos meus avós, que frequentaram o estado na década de 60. Apesar de pouco se saber sobre a passagem deles por ali, senti que precisava ir em busca das memórias que eles deixaram. Passei por São Miguel dos Milagres, Maceió e Delmiro Golveia, entre o litoral e o sertão, e essas são as imagens dessa jornada.
Minhas únicas fotos dessa aventura foram feitas com minha câmera analógica Canon EOS 5 e uma lente 35mm 1.4 da Sigma, usando dois filmes Fujifilm color vencidos desde 2008. Este zine é, então, um pequeno registro daquilo que encontrei — um recorte pessoal das minhas próprias lembranças e daquelas que, de alguma forma, me conectam com os meus avós.

obras disponíveis - Teka Sampaio
"Quem nos Protege (?)"
A pergunta bordada atravessa a composição: “quem nos protege (?)”, instigando uma reflexão sobre fé, ancestralidade e a busca por segurança em um mundo que constantemente ameaça corpos dissidentes. Ao tensionar a ideia de proteção, o trabalho convida à escuta das camadas simbólicas, afetivas e espirituais que envolvem os mecanismos de cuidado coletivo.



Exu Guia: Fotografia
Fotografia impressa com intervenção em linha
Fotografia impressa com intervenção em linha
Um ponto de luz vermelha corta a escuridão: a vela acesa no centro da imagem é mais do que chama — é caminho. Bordada com linha vermelha, a palavra Exu se cruza com a palavra Guia, como nos fios de um colar sagrado, como nos caminhos traçados por esse orixá que é mensageiro, guardião, movimento. A imagem carrega elementos de um altar, de um ritual cotidiano de fé, onde a materialidade do bordado invoca a espiritualidade que acompanha, orienta e protege.
"Exu Guia" é um gesto de reverência e presença ancestral, onde Teka Sampaio borda o respeito às suas guias, fazendo da fotografia um lugar de encruzilhada entre o visível e o invisível, o material e o espiritual, a arte e o axé.
a vida é fugaz, meu desejo não
Fotografia impressa com intervenção em linha
Fotografia impressa com intervenção em linha
A obra apresenta uma paisagem natural atravessada por água, sombra e silêncio. Ao fundo, bordada em linha verde, a frase “a vida é fugaz, meu desejo não” brota entre a mata e a luz. O trabalho reivindica o desejo como força contínua e pulsante, mesmo diante da finitude da existência. A imagem, captada em meio à natureza, evoca a ancestralidade viva dos rios, das matas e das forças sutis que acompanham a caminhada de corpos dissidentes. O bordado se torna cicatriz e manifesto, reafirmando que, mesmo quando tudo parece passageiro, há vontades que permanecem — e resistem.


Binário não faz sentido / Não binário faz sentir
Fotografia impressa com intervenção em linha
Fotografia impressa com intervenção em linha
Na imagem de um entardecer visto do alto — entre o brilho da cidade e a quietude das montanhas — surge bordada a frase que rompe dualismos: “Binário não faz sentido / Não binário faz sentir”. Criada em parceria entre Teka Sampaio e o artista Toti (@tidinorex), a frase é manifesto e poesia, reivindicando um existir que escapa das caixinhas e se afirma pelo sentir. A paisagem, fluida entre luz e sombra, céu e chão, se torna metáfora visual para uma vivência trans e não binária que recusa as normas e constrói novos mundos pelo afeto, pela presença e pela criação. Aqui, o bordado rasga o papel com a mesma firmeza com que corpos dissidentes bordam suas próprias narrativas.
zine - casa brota: a residência - enquanto se refugia, não fugia

feiras ;)
2025 - 2 FESTIVAL AQUENDA — FEIRA DELICIA - coletivo transcentrar








